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Estabilidade em concurso público: Veja como funciona de verdade!

Estabilidade em concurso público

Certamente, a carreira no setor público é bastante atraente, em grande parte devido à estabilidade que oferece. A estabilidade é algo comum e defendido, embora muitos a questionem. O seu propósito? Oferecer uma segurança adicional aos servidores e, de maneira mais ampla, à nossa sociedade.

Este arranjo permite que os funcionários públicos exerçam seus papéis sem temor de conflitos de interesse, ou a necessidade de favorecer certos grupos ou seus próprios interesses. Mas é importante ressaltar que, em casos de má conduta, desvio de comportamento ou falha na fase de prova, o servidor pode ser dispensado após um processo disciplinar administrativo (PAD) e até enfrentar procedimentos judiciais.

Vamos, então, mergulhar mais profundamente no universo da estabilidade no serviço público. Continue conosco!

O que é a estabilidade do servidor público? Como funciona?

A estabilidade do servidor público, como o termo sugere, é uma proteção legal oferecida aos servidores, tal como descrita na Constituição Federal. A ideia é garantir que os servidores tenham as condições ideais para desempenhar suas funções de forma efetiva.

Imagine se o trabalho de um servidor fosse influenciado por pressões políticas ou favorecimentos econômicos. Certamente, isso não seria positivo para a nossa sociedade. Deste modo, além de assegurar uma proteção adicional ao servidor, a estabilidade também beneficia a sociedade como um todo, garantindo que o trabalho do servidor seja voltado ao bem-estar coletivo.

Histórico da Estabilidade no Serviço Público

Olhando para o passado, a estabilidade no serviço público foi introduzida na Constituição Federal de 1934. Aqueles que passassem em concursos públicos adquiriam a estabilidade após dois anos. Para os que entravam por outros meios, como indicações, o prazo era de 10 anos. As instituições educacionais privadas também eram obrigadas a oferecer estabilidade aos professores.

Com o passar do tempo e as revisões na Constituição, a estabilidade sofreu várias alterações. Mas sempre manteve-se como uma característica fundamental do serviço público.

Estabilidade no Serviço Público: o que diz a Constituição de 1988?

A Constituição de 1988, com a Emenda Constitucional 19, reestruturou a estabilidade através do Art. 41. Agora, é necessário um período de três anos de exercício efetivo para aqueles que entram por meio de concurso público. O artigo também delineia as circunstâncias pelas quais se pode perder a estabilidade.

Sentença judicial

Com relação à perda do cargo, este é o procedimento: o servidor atual, se também tiver estabilidade, será reconduzido ao cargo de origem. Se não houver vaga, ele será aproveitado em outro cargo ou ficará disponível, com remuneração proporcional ao tempo de serviço.

Quem tem direito à estabilidade?

Para alcançar a estabilidade, é necessário passar por um concurso público, ser nomeado e empossado em um cargo efetivo e desempenhar as funções por um período de três anos. Durante esse tempo, haverá avaliações de desempenho.

Como a estabilidade é adquirida?

Seguem os passos para a dança da estabilidade no serviço público:

  1. Ser aprovado no concurso público, como a primeira dança em um grande salão de festas;
  2. Ser nomeado e tomar posse para o cargo efetivo, como a entrada triunfal na pista de dança;
  3. Executar suas atividades e funções por um ciclo de 3 anos, período em que cada passo será analisado durante o estágio probatório.

Este processo de avaliação do desempenho para garantir a permanência do servidor público no baile da estabilidade é orquestrado pela nossa Constituição Federal e pelo Estatuto do Servidor Público.

E o que dizer dos magistrados e promotores?

Os membros do judiciário e do Ministério Público também têm seus passos garantidos no salão da estabilidade, além de possuírem uma dança exclusiva chamada vitaliciedade.

A razão para tal é que juízes e promotores dançam ao som de pressões maiores no exercício de suas funções. Portanto, eles têm direitos especiais para protegê-los contra movimentos bruscos e garantir total liberdade em suas danças.

Para esses membros, o tempo de dança necessário para atingir a estabilidade é de 3 anos, enquanto a conquista da vitaliciedade é alcançada após uma maratona de dança de 2 anos.

Perda dos cargos

Mesmo com estabilidade, um servidor público pode ser conduzido para fora do cargo por algumas razões:

  1. O último acorde de uma sentença judicial que não tem mais como ser contestada;
  2. O ritmo implacável de um Processo Administrativo Disciplinar (PAD);
  3. Notas desafinadas nas avaliações de desempenho durante o estágio probatório;
  4. A batida da música da economia que obriga a demissão por excesso de despesa com pagamento de pessoal (mesmo que essa melodia esteja prevista na Constituição Federal, ela ainda não tocou nos corredores da administração pública).

Uma nota importante: os integrantes de órgãos públicos que têm a vitaliciedade só podem ser retirados do cargo só por sentença judicial transitada em julgado.

A estabilidade é um privilégio?

A regra corrente acerca da estabilidade não protege servidores que não executam suas responsabilidades adequadamente, tampouco ampara funcionários ineficazes que entregam um desempenho inferior ao que a sociedade aguarda.

Em situações como essas, o servidor tem o potencial de ser destituído do cargo por meio de uma sentença judicial sem direito a recurso ou após deliberação em um Processo Administrativo Disciplinar (PAD).

A estabilidade no serviço público é uma vantagem injusta? Para ampliar nossa compreensão sobre essa questão, citarei algumas reflexões da escritora Teresa Cristina Padilha de Souza. Observe:

“A finalidade primordial da estabilidade é assegurar aos servidores proteção contra perseguições políticas e demissões infundadas. O servidor público precisa ter a garantia de segurança para que seu único foco seja a prestação de serviços à comunidade, e não agradar seus superiores por medo ou para ganhar sua estima e benefícios.

Ao resguardar o servidor, a estabilidade está na verdade protegendo a sociedade, evitando que os órgãos do setor público se tornem redutos de nepotismo, favoritismo e burocracia exagerada.

Ademais, a estabilidade visa impedir a descontinuidade administrativa que, via de regra, pode levar à perda da memória técnica e cultural das organizações e do próprio Brasil.”

Logo, a estabilidade do servidor público não é um privilégio, mas uma necessidade!

Estabilidade no serviço público x vitaliciedade

Quando falamos sobre a estabilidade do funcionário público, surgem muitas interrogações, inclusive sobre a questão da vitaliciedade, que é frequentemente um tema de debates intensos.

A vitaliciedade é um benefício conferido apenas a algumas posições específicas, tais como Juízes, membros do Ministério Público e Ministros e Conselheiros do Tribunal de Contas da União.

Diferente da estabilidade que é adquirida pelos servidores públicos sob o Regime Estatutário, que envolve a conquista de um cargo efetivo, a vitaliciedade está relacionada a um posto para a vida toda.

Nesse contexto, além de terem de passar por um estágio probatório mais curto, de 2 anos, os servidores que possuem vitaliciedade só podem ser dispensados de seus cargos após uma decisão judicial final, garantindo o direito ao contraditório e a ampla defesa.

As mudanças com a reforma administrativa: como fica a estabilidade?

No ano de 2020, a proposta de Reforma Administrativa do Governo Bolsonaro foi encaminhada ao Congresso Nacional. Este projeto tem como objetivo promover amplas alterações nas estruturas do serviço público.

A estabilidade do servidor é um dos principais pontos de discussão dessa reforma, que também pretende rever salários e progressões de carreira.

A reforma sugere a criação de outros tipos de contratação na administração pública. O projeto prevê a existência de contratos para cargos típicos de Estado (com estabilidade após 3 anos) e para cargos por prazo indeterminado (sem estabilidade), sendo ambos realizados através de concurso público.

A estabilidade passará a existir somente para áreas definidas como essenciais ou típicas de Estado por uma lei futura. Isso resultou em uma nova etapa no concurso público, que passou a incluir uma parte do estágio probatório, renomeado e com regras alteradas. Confira as fases:

  • Aprovação no concurso;
  • Vínculo de experiência (2 anos);
  • Avaliação do período de experiência (se aprovado na experiência, será nomeado);
  • Estágio probatório (+ 1 ano);
  • Se for aprovado no estágio probatório, obtém a estabilidade.

Dessa forma, os concursos públicos terão uma etapa adicional, o vínculo de experiência, que se apresenta como uma alternativa ao estágio probatório atual. Apenas os candidatos que se saírem melhor ao fim desse período serão efetivamente nomeados para o cargo.

Se encontrar dificuldades com a estabilidade, recomenda-se procurar um advogado especializado em direito dos servidores públicos.

Qual a importância e os efeitos de estabilidade do serviço público do Brasil?

De maneira geral, a estabilidade tem o propósito de proporcionar continuidade ao serviço público, prevenindo que a máquina administrativa seja usada como ferramenta para trocas políticas, beneficiando funcionários que apoiem um governante específico.

Assim, a estabilidade desempenha uma função crucial, direcionada a atender aos interesses da coletividade, e não aos desejos individuais de um governante.

Porém, a estabilidade também deve estar ligada à prestação de um serviço público de qualidade por parte do servidor, a fim de assegurar a prestação do serviço a população, sem interferência politica!

A estabilidade, ao mesmo tempo em que protege o servidor, estabelece uma obrigação de comprometimento com a qualidade do trabalho e do atendimento à população. Caso contrário, pode ser questionada e até mesmo perdida.

Com a reforma administrativa, espera-se que haja uma maior eficiência na avaliação dos servidores e um estreitamento do vínculo entre a estabilidade e a qualidade do serviço prestado. Assim, o objetivo não é apenas proteger o servidor contra interferências políticas, mas também garantir que a população receba serviços de alta qualidade.

A estabilidade no serviço público é, sem dúvida, um tema complexo e controverso. Mesmo que a proposta da reforma administrativa tenha sido encaminhada com o objetivo de modernizar e aprimorar o serviço público, ainda há muitas discussões a serem feitas.

É importante que o debate sobre a reforma administrativa seja amplo, transparente e participativo, para que possamos construir um serviço público cada vez mais eficiente e comprometido com o bem-estar da população.

Em um país de dimensões continentais como o Brasil, onde o serviço público tem um papel fundamental na garantia de direitos fundamentais, é necessário equilibrar a necessidade de modernização do setor público com a manutenção de garantias que asseguram um serviço público de qualidade e que atende às necessidades da população.

A estabilidade do servidor público, quando atrelada à responsabilidade e ao compromisso com a prestação de um bom serviço, é uma ferramenta fundamental para a garantia de um Estado de Direito e para o desenvolvimento do país. E é a sociedade quem tem a ganhar com a valorização dos servidores públicos e a garantia da estabilidade, sempre aliada à eficiência e à qualidade dos serviços prestados.

Reforma Administrativa em 2022: quais foram as mudanças sobre a estabilidade?

A Reforma Administrativa, um bebê de quase dois anos, tem vivido uma série de reviravoltas, e o suspense sobre sua implementação persiste. Mesmo tendo sido aceita pela Comissão Especial em 2021, a proposta ainda precisa passar pelo crivo do Plenário da Câmara e do Senado.

Quando falamos de segurança no emprego, a lei em vigência desistiu de restringir a estabilidade apenas para funções exclusivas do Estado. Na versão atual, a estabilidade permanece um direito de todos os servidores públicos contratados sob o Regime Estatutário. A única brecha na muralha de segurança aplica-se aos concursados em empresas estatais, empresas de economia mista e suas subsidiárias.

Outro detalhe que se infiltrou na trama foi o “vínculo de experiência”. A nova regra do jogo é um teste de performance a cada semestre durante o estágio probatório. Portanto, um servidor poderá ser convidado a se retirar do serviço público se acumular duas avaliações abaixo do esperado.

Perguntas Frequentes

Quem faz concurso público tem estabilidade?

Sim, servidores públicos concursados têm estabilidade após três anos de efetivo exercício, conforme o artigo 41 da Constituição Federal do Brasil. No entanto, essa estabilidade pode ser perdida em casos de prática de infrações disciplinares, por meio de um processo administrativo disciplinar.

Quando um funcionário público concursado pode ser demitido?

Um servidor público concursado pode ser demitido após processo administrativo disciplinar, em casos de infrações graves, acumulação ilegal de cargos, inassiduidade habitual, insuficiência de desempenho, entre outros, conforme previsto no artigo 41, parágrafo 1º da Constituição Federal.

Quais servidores têm direito à estabilidade?

Os servidores públicos efetivos adquiriram direito à estabilidade após três anos de efetivo exercício, desde que aprovados em avaliação de desempenho realizada por comissão instituída para essa finalidade, conforme estipulado pelo artigo 41 da Constituição Federal.


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